O Céu Não É o Limite: A Crise do Lixo Espacial
- Ana Luísa Sales Lagares
- 31 de mar.
- 2 min de leitura
Quando falamos em poluição, raramente pensamos naquilo que está acontecendo acima de nossas cabeças. No entanto, desde que o homem passou a explorar o espaço, também começou a sujá-lo. Desde então, o lixo espacial —que engloba qualquer objeto ou resto deixado pelo ser humano no espaço — tem aumentado exponencialmente. Assim, hoje, na órbita de nosso planeta, existem centenas de satélites inativos e inúmeros fragmentos dos foguetes lançados principalmente durante o episódio denominado de corrida espacial, que ocorreu entre os anos de 1957 e 1975.
Quais são as principais causas do lixo espacial?
O lixo espacial pode ter diversas origens. Dentre elas, podemos citar quatro principais:
Satélites Inativos: Satélites que cumpriram sua missão e permanecem em órbita sem uso, mas que ainda representam risco de colisão.
Estágios de Foguetes: Partes dos foguetes descartadas após o lançamento, que podem permanecer em órbita por muitos anos ou explodir devido aos restos de combustível que contêm, criando milhares de outros fragmentos.
Fragmentos de Colisões: Pedaços resultantes de colisões ou explosões de satélites e foguetes, que se fragmentam em inúmeros detritos menores.
Equipamentos Perdidos: Itens menores, como ferramentas e peças soltas, perdidos durante operações espaciais, mas que podem causar danos devido à alta velocidade com que se movem.
Quais são as consequências do lixo espacial?
O lixo espacial apresenta diversas consequências preocupantes, dentre as quais destacam-se:
Risco de Colisões: A presença de satélites inativos, estágios de foguetes e fragmentos de colisões aumenta significativamente a probabilidade de novos impactos. Cada colisão pode gerar mais detritos, intensificando o problema.
Síndrome de Kessler: Esse cenário em cascata ocorre quando a densidade de detritos em determinadas órbitas é tão alta que uma colisão desencadeia outras, comprometendo seriamente o uso seguro do espaço e tornando algumas órbitas impraticáveis para futuras missões.
Comprometimento de Satélites Ativos: Satélites de comunicação, meteorológicos e de observação da Terra ficam expostos a riscos que podem levar a falhas operacionais, prejudicando serviços essenciais na Terra.
Aumento dos Custos Operacionais: A necessidade de manobras evasivas e a implementação de tecnologias para monitorar e remover detritos elevam os custos de missões espaciais e a manutenção de satélites.
Impactos Ambientais: Embora a maioria dos detritos que reentram na atmosfera se desintegre, alguns fragmentos podem atingir a Terra, causando danos locais e contribuindo para a poluição.
Mas, então, o que deve ser feito para solucionar esse problema?
O ponto de principal foco deve ser parar de produzir lixo espacial. Entretanto, como o uso de equipamentos tecnológicos no espaço não pode ser cessado, existem outras abordagens, que incluem a autodestruição programada, que faz os satélites saírem de órbita no fim da vida útil. Já em relação ao lixo espacial que já está em órbita, inúmeros satélites e a Estação Espacial Internacional utilizam os escudos Whipple, uma camada exterior que protege as paredes da nave contra possíveis impactos.
Em suma, reduzir o lixo espacial é essencial para o avanço da ciência, das comunicações e da exploração espacial. Com tecnologia e responsabilidade, podemos preservar a órbita terrestre!
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